Ela acordou naquela quinta feira com a certeza de que não era mais a metade da mulher que costumava ser. A mudança, ou a degeneração que sentia, começara há algum tempo, mas ela só se deu conta de que ele era a mais perfeita fraude naquela quarta feira, quando, após alguns, muitos meses, ouviu aquelas palavras, como a maior das piores verdades que podia ter ouvido.
E então, não era ele. O encontro as escuras, as conversas sobre passado; O inesperado, as decepções e as lagrimas. Tudo parecia ser realmente o fim.
Naquela quarta feira, ela esperaria por dois desfechos: um milagre ou um incêndio. Mas, para seu completo azar, Deus havia deixado de existir e apenas o incêndio lhe restara possível, como de fato aconteceu.
Não era daqueles que destroem prédios, carbonizam corpos e fazem as paredes arderem
Não era mais o mesmo, definitivamente. A experiência o tornara ainda mais incompetente, sem subtrair nenhum dos seus incontáveis medos ou lhe conferir força de vontade. Afinal, fora dobrado. E agora errava pela cidade e desistia de tudo e desistia de desistir de tudo e bebia sua bebida como tocava seu violão. Não existiria mais nada que escondesse a angústia que é suportar a si próprio, não compartilharia mais as pequenas mentiras cotidianas ou a incomparável felicidade exalada de duas xícaras de café. Tudo o que era em dobro falhou.
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